Neste artigo, vamos explorar uma nova figura das entidades participantes do SFN, que foi criada recentemente e têm sido cada vez mais mencionada em conversas sobre os Arranjos de Pagamento.
Aposto que, você já deve ter ouvido esse nome em alguma reunião de trabalho ou então lido a respeito em reportagens ou posts das redes sociais: Registradoras. Irei tentar explicar abaixo de forma simplificada o papel delas e qual o impacto no fluxo de liquidação e/ou cessão de recebíveis no mercado de pagamentos e banking. Então bora lá!
Os participantes do SFN antes das Registradoras
Registradoras são um tipo de entidade que surgiu a partir da Resolução 4734 e da Circular 3.952 do Banco Central do Brasil, ambas de 2019. Sua criação tem o intuito de trazer inovação ao mercado de antecipação de recebíveis de cartão, onde o end game é um maior poder de escolha por parte dos lojistas no ato de negociar o recebimento desses valores, seja antecipando-os ou então ou em cedê-los como garantia em alguma operação. Vamos relembrar o fluxo financeiro do Arranjo de Pagamento.
Como visto, o Lojista é o recebedor em última instância dos valores devidos pelo Portador que realizou a compra. E até então, existiam duas formas tradicionais de ele receber esse valor em um momento fora do fluxo tradicional estabelecido pelo Arranjo em questão, conhecidas como travas de domicílio,
- Antecipação: operação junto a Credenciadora,podendo ser pré ou pós-contratada, sendo que a primeira ocorre via um contrato de todo recebível ser pago em prazo menor que o do Arranjo e na segunda esse pagamento ocorre sob demanda do Lojista. Então, na prática o Merchant recebe o valor antecipadamente e é cobrado por isso, enquanto a Credenciadora receberá o montante do Emissor no período padrão.
- Recebível como Garantia: operação junto ao Banco Domicílio, onde o Lojista oferece a sua agenda de recebíveis como garantia em um empréstimo, de modo que o Banco faz o aporte do montante solicitado, e em caso de não cumprimento do pagamento de parcelas devidas, ele acessa a conta onde recebíveis são liquidados e “toma posse” dos valores. E aqui vemos vários problemas como ter que dar todo o recebível como garantia, mesmo com o empréstimo sendo a valor menor ou então a fuga de garantia e etc.