Adquirência no Brasil: perspectivas para o futuro
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O mercado de adquirência no Brasil, reconhecido como um dos mais concentrados do mundo até recentemente, atualmente apresenta novas perspectivas para o futuro. Se há pouco tempo a captura de compra era totalmente pautada pelo uso das “maquininhas” de cartão, a pandemia já provocou o avanço da digitalização e a mudança nos formatos de pagamento.
Desde o primeiro semestre de 2020, como efeito da pandemia de Covid-19, as compras realizadas com cartões de crédito, débito e pré-pagos cresceram significativamente. No terceiro trimestre de 2021, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), esse crescimento foi 35,8% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, atingindo um valor de R$ 687,3 bilhões.
Desse total, as compras online – na internet, em aplicativos ou outros tipos de compras remotas – movimentaram R$ 146,5 bilhões. Isso representou uma alta de 16,2% no terceiro trimestre de 2021. Já no acumulado do ano até setembro, o crescimento do uso do cartão nesse tipo de aquisição foi de 30,9% em comparação com 2020. Nesse cenário, de acordo com a Abecs, os pagamentos remotos representam, atualmente, cerca de 35% das compras realizadas com cartão de crédito no país.
Entretanto, a grande expansão do setor não significa que o mercado de adquirência deve se acomodar, servindo apenas como um canal para transmitir ou liquidar transações. Pelo contrário, o aumento das intermediações dos pagamentos por cartão de crédito e débito demanda melhorias constantes na qualidade das operações.
Cada vez mais, e especialmente agora, os consumidores exigem novas soluções, com mais segurança, agilidade e o mínimo de atrito nos processos de pagamento.
Para acompanhar os principais movimentos do mercado, o fato é que as adquirentes devem estar por dentro das tendências no setor, evoluindo as tecnologias em paralelo às novas culturas de consumo e novos meios de pagamento. Neste artigo, vamos falar mais sobre as oportunidades na área e o futuro da adquirência no Brasil.
A evolução do mercado de adquirência
Até 2010, quando ainda não existia a regulamentação do Bacen que forçou a concorrência no mercado de adquirência, o sistema era concentrado, o custo de entrada para novas empresas e fintechs era bastante elevado e havia alta complexidade de implementação.
Depois da regulação do Bacen foi possível observar a abertura de mercado, maior facilidade de entrada com a tecnologia em nuvem e também maior viabilidade para implementar novos sistemas, – o que abriu portas para as fintechs e empresas de serviços financeiros de médio porte.
Se antes o mercado de adquirência era marcado por um duopólio, atualmente há pelo menos uma centena de empresas atuando no setor – como adquirentes ou subadquirentes de cartões no país – segundo dados do Banco Central.
Cielo, Rede, Getnet, Stone e PagSeguro ainda são os maiores players, mas o mercado de adquirência vem se tornado cada vez mais competitivo. De acordo com o relatório Mercado de Pagamentos em Dados, realizado pelo Instituto Propague e Stone com dados de 2021, as empresas mais tradicionais – Cielo e Rede – vêm perdendo espaço para as mais novas – como Stone, Getnet e Pagseguro.
Agora, a grande mudança esperada para o setor é que o processamento dos pagamentos dependerá cada vez menos dos espaços físicos e das transações presenciais com as maquininhas.
A pandemia, aliada ao avanço tecnológico e à nova regulação do Banco Central, derivam na simplificação da tecnologia e a consequente transformação da indústria.
Adquirência e Open Banking
No começo de 2020, o Bacen aprovou determinadas regras de funcionamento para o Open Banking no Brasil, um modelo que permite que os clientes movimentem suas contas a partir de diferentes plataformas, sem que a posse de seus dados bancários seja exclusiva dos bancos.
A implementação gradual em quatro etapas do novo sistema começou a ser realizada em fevereiro de 2021 e em dezembro do mesmo ano terá início a última fase do cronograma. As mudanças trazidas pelo Open Banking impactam diretamente o mercado de adquirência, à medida em que facilitam a entrada de melhores produtos e serviços financeiros para os consumidores, a um custo mais baixo e com maior agilidade nas transações.
Toda essa modernização promove novos arranjos de pagamento e permite, principalmente, a descentralização do setor.
Benefícios da descentralização no setor
O fomento da concorrência e a descentralização na oferta de adquirentes traz benefícios para as duas pontas envolvidas nos processos de transação: de um lado, empodera as empresas a entregar melhores experiências aos usuários de cartões; e do outro, diminui as barreiras e garante mais estabilidade e transparência aos clientes que utilizam os serviços no dia a dia.
Confira as principais vantagens da pulverização no mercado de adquirência:
Competitividade: com a intensificação da concorrência, o mercado começa a se orientar mais em direção ao cliente, pensando o produto em prol de suas necessidades reais.
Oferta mais atrativa: se antes o consumidor final dava preferência às empresas com taxas mais baixas, agora ele olha também para a disponibilidade de funcionalidades do produto.
Aquecimento do mercado: a descentralização acelera o desenvolvimento do mercado e estimula a economia do país.
A diversidade de oportunidades no mercado já está fazendo com que a busca por eficiência no setor fique cada vez mais forte, gerando a expansão no ecossistema de serviços e provocando a conexão entre diferentes soluções.
O futuro do mercado de adquirência no Brasil
Além do Open Banking, outro passo em direção à simplificação tecnológica no sistema bancário brasileiro foi o lançamento do Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Bacen e em operação desde novembro de 2020.
Desenvolvido para facilitar as transações financeiras dos usuários com outras pessoas, empresas e órgãos do Governo, em operações que duram no máximo 10 segundos para serem efetivadas, o Pix é vantajoso para os consumidores por excluir intermediadores do processo, mas não anula o papel dos adquirentes.
Nesse sentido, o futuro do mercado de adquirência não está pautado em abolir as máquinas de cartões, mas sim em agregar outras formas de pagamento aos sistemas já conhecidos.
Outro exemplo de solução para o setor são os pagamentos por aproximação, que funcionam por meio da tecnologia NFC (Near Field Communication), quando dois dispositivos se conectam para realizar uma transação quando estão próximos.
Segundo a Abecs, os pagamentos por aproximação registraram um impressionante aumento de 300% no terceiro trimestre de 2021, chegando a R$ 57,5 bilhões em transações. No mesmo período do ano passado, tinham sido transacionados R$ 14,4 bilhões.
Para as adquirentes, a alternativa é mais econômica que o uso das maquininhas, já que as operações são realizadas através de smartphones, no caso de cartões que já estão sendo atualizados com o recurso contactless.
Soluções de acquiring que caminham para o futuro do mercado
Hoje, as soluções mais inovadoras do mercado disponibilizam tecnologias adaptáveis a múltiplos dispositivos, compartilhando informações ao mesmo tempo via POS, tablets, web, entre outros. E essa é a base do desenvolvimento de produto da Dock em nossa solução de Acquiring.
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Mercado de adquirência: resumo
- Mesmo que reconhecido como um dos mais concentrados do mundo, o mercado de adquirência está passando por transformações no país e caminhando para uma pulverização.
- A tecnologia das maquininhas de cartões precisa acompanhar a evolução dos meios de pagamento e os novos sistemas do Banco Central, como o Pix.
- Isso não significa que as adquirentes serão abolidas, muito pelo contrário, mas sim que precisarão atualizar suas plataformas para entregar mais agilidade através de novas soluções.
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